ODE AOS LIVROS

Razia vidasem mastigarestilhas a curta existênciasurtas viventesmeros transeuntesem penitênciapurgam seusdescuidosos momentoseternos e passageiros.Repito teu nomevidanestes versossinto em cada fôlegotua repetiçãosubmersa em surpresas.Vidaocupo-me de tuas horasleio um entre tantos livrosespalhados nos aconchegosda casaeles rogam ansiososo afago de meus dedosfeito eueles também sofrem.os livros querem existirde verdade fora do papelcomo alma quevive fora do corpo.ocupo-me do banhobatismoContinuar lendo “ODE AOS LIVROS”

VERSUS EMBRIAGADOS

Tivesse águia nos olhos Outros seriam meus enredos me serviria a infindável sede dos embriagados Bêbados acordam arrependidos riram em desvario choraram sem pudor dor crônica da alma esqueceram dúvidas e dívidas – breves  minutos – pagaram espumas para desconhecidos viram a beleza escondida  no trote feito coruja  apaixonada pela beldade dos filhotes. A poetaContinuar lendo “VERSUS EMBRIAGADOS”

RECOMEÇO

Três da manhãpesou-lhe a mão que lhe fezfilhos.da cama ao chãosubsolo da humilhaçãocaída. alma e camisolaem desalinhoo quarto, arco de entradaporta de saídadizia o dedo em riste.ela, rainha em seus desejosela, rama de lenha molhadafoi o que lhe dera a existência.A mulher há incontáveis sóisnão pescava caranguejos na lamanão comia peixe salgado para o mêsarrancadoContinuar lendo “RECOMEÇO”

MÃE, ME OUVES

( Jovina Benigno) Mamã, quero te dizer palavras inauditas. presentes. alqueires tua  presença nas noites em que vago sem ti. te amo, mãe! eu  te dizia. Hoje, incompleta pela tua ausência total te enxergo . declaro meu amor seguro  teu rosto em minhas mãos vazias. é exato que te amo. Escrevo no bronze teu verbeteContinuar lendo MÃE, ME OUVES

RAIZ DE BILRO

Canto da jandaia, Alencar te definiu. Ara ou Arara, és ninho e periquito. num assobio, Ceará. de anônimos e imortais. Tua identidade múltipla, jangadeiro jangada etérea em Patativa abrigas Caatinga, em ti ouve-se ao longe os sons Tupí e Jê negociando a Tatajuba a Oiticica, o Algodão Bravo. Teu povo sabe das armadilhas da seca.Continuar lendo “RAIZ DE BILRO”

O SOM DAS CONFISSÕES

Vento, em tua matéria dela o perfume. da minha mãe, lembras? quebras as esquinas. gelado, caliça. minhas narinas secas seguem tua preguiça, tua parte cerce ao chão. entras em casas de portas fechadas arrepias as águas calmas dos regatos fazes gracejo nas flores até pedras te obedecem. O vento tem pernas grandes um sonzinho deContinuar lendo “O SOM DAS CONFISSÕES”

ROSA, NA CABECEIRA

Por: Jovina GBenigno Nele um amarelo marrom, herança do tempo. pingos vermelhos feito água de sangue aspergida sobre o corpo. ao tocá-lo, aspirei o olor molhado de mofo, o cheiro do abandono. Cobria-lhe um frio úmido de matéria sem vida, sem o calor de existir, como se nele não mais pessoas e suas histórias comoContinuar lendo “ROSA, NA CABECEIRA”

AMOR EM VÃOS

Por: Jovina GBenigno Este amor que inibido, nem alvo foi do cupido, pois já vinha concebido num peito distraído. Ignorado ferido, Solitário, desvalido, sem nenhuma esperança, tão adulto tão criança, vai e vem não se cansa. Revela-se em alternância, e mesmo sem confiança, de ser mesmo um dia Amor, é flor de mel revelado, éContinuar lendo “AMOR EM VÃOS”