Fuga

A mão apertada contra o meu pescoço esmagava-me.Meu fôlego ia diminuindo e uma sensação de pânicotomava conta da minha mente. Aquele relacionamento abusivo já durava anos. Porinúmeras vezes apanhei, mas nunca tive coragem dedenunciá-lo. Agressões verbais, pressões psicológicas, socos, tapas… Passei pelo inferno nas mãos daquele homem. Mas ainda assim eu persistia, persistia. Sempre alegandoContinuar lendo “Fuga”

Sobre aquele Natal

     Edineide caminha pelas ruas do centro da cidade de Salvador com sua estagiária Aline a tiracolo, quando passam por um Papai Noel sexy: short curto, camisa sem mangas, um gorrinho sem vergonha caído de lado, e o sorriso mais branco e arrebatador da face da terra. Não se contém e dispara a rir. DesejaContinuar lendo “Sobre aquele Natal”

O começo de tudo (SEARCH BRAZIL)

Foi numa quarta-feira que nos conhecemos, você estava cantando no barzinho que meus amigos me indicaram. Nunca havia ido lá, mas naquela tarde, vesti um macacão azul e desliguei a internet do celular para ninguém me localizar. Estava animada em conhecer novas pessoas desde que teria que me apresentar para o programa de intercâmbio naContinuar lendo “O começo de tudo (SEARCH BRAZIL)”

O sonho de escrever

Olhava para aquele arquivo de papel indecisa e insegura. Desde pequena, sempre teve o sonho de escrever estórias. Mas, pressionada pela família, resolveu fazer uma faculdade. Escolheu jornalismo, porque na sua cabeça era o menos diferente. Pelo menos, poderia narrar fatos, o que não era a mesma coisa, mas já quebrava um galho. Durante anosContinuar lendo “O sonho de escrever”

A última barca para Paquetá

Ela me ofereceu um cigarro tirado de uma cigarrilha cravejada de brilhantes. Eu havia envenenado meu fígado de muitas maneiras diferentes antes de me sentar naquela amurada, tinha acabado o happy hour e não consegui pegar a última barca pra Paquetá. Aquela oferta me fez fixar o olhar em quem só de lado me fitava.Continuar lendo “A última barca para Paquetá”

Os sonhos mudam

Desde pequena sonhava em ser bailarina. Dessas que dançam em grandes companhias, ganham prêmios, e dão entrevistas. Para a realização do projeto, treinava todos os dias. Era incansável em seus passos e piruetas. Ensaiva, e ensaiava, e ensaiava… Até que com apenas dezoito anos entrou para o corpo de baile de um grande grupo. AContinuar lendo “Os sonhos mudam”

Hospedeiro de palavras

Ela tinha a ligeira impressão de que sempre era escutada por ele, mas nunca ouvida. Ficava sempre presa na contingência do pensamento dele e não vivia o real das palavras que sua boca reproduziam. Sensação de desespero, sensação de eco ineficaz. Definitivamente ele era o opressor da sua linguagem, ele era um hospedeiro das suasContinuar lendo “Hospedeiro de palavras”