Não tenho dormido, mas ontem sonhei com você

Pode soar como uma mentira deslavada, mas se tem uma coisa que não tenho feito com frequência é dormir. O trabalho tem estado interessante e estressante ao mesmo tempo. Você me conhece há muito tempo e sinceramente, existem coisas que não mudaram com o passar do tempo. Eu ainda adoro ouvir música enquanto estudo e/ouContinuar lendo “Não tenho dormido, mas ontem sonhei com você”

Os sonhos mudam

Desde pequena sonhava em ser bailarina. Dessas que dançam em grandes companhias, ganham prêmios, e dão entrevistas. Para a realização do projeto, treinava todos os dias. Era incansável em seus passos e piruetas. Ensaiva, e ensaiava, e ensaiava… Até que com apenas dezoito anos entrou para o corpo de baile de um grande grupo. AContinuar lendo “Os sonhos mudam”

RECOMEÇO

Três da manhãpesou-lhe a mão que lhe fezfilhos.da cama ao chãosubsolo da humilhaçãocaída. alma e camisolaem desalinhoo quarto, arco de entradaporta de saídadizia o dedo em riste.ela, rainha em seus desejosela, rama de lenha molhadafoi o que lhe dera a existência.A mulher há incontáveis sóisnão pescava caranguejos na lamanão comia peixe salgado para o mêsarrancadoContinuar lendo “RECOMEÇO”

Presença

Se puder escolher um caminho em tua vida, escolha se emocionar. Escolha a experiência que te levará para além; afora de tuas margens concretadas. Sempre. Para longe dos sentimentos diários e atitudes orquestradas. Opte por aquela viagem que sonhou, muito antes de poder viajar. Retire da estante o livro que te desafia.  Pés no chão;Continuar lendo “Presença”

Salto para o desconhecido

A sombra projetada de seu próprio reflexo contra a água lhe dava medo. Via-se pálida, com escuras olheiras, a pele seca. Era jovem, mas sentia-se velha, cansada. Antes do momento final, sentou-se e refletiu. Sentia dentro de si uma forte pulsão de morte. Estudou tudo isso no curso de psicologia. Mas nem a graduação, nemContinuar lendo “Salto para o desconhecido”

Cicatrizes

Cicatrizes O sopro dos dias sussurra no meu rostoNem menina, nem mulherComo se escreve um corpoUm tropeço?Um enganoFoi-se o PertencimentoO eu refletido no véu do nãoLâmina afiadaTão cruaCicatriz fina e friaEm meu rosto estampadoA velhice de minha mãe.Incógnita profusaDolorida de ser consentidaMarcando a peleFeito ferro quente Crédito da imagem:  Foto por Alexander Krivitskiy em Pexels.com “OsContinuar lendo “Cicatrizes”

Banquete aos vermes.

Banquete aos vermes Banquete aos vermes A irregularidadeDa ordem dos diasé cada átomo gritando(Des) acelerar!!!Tempo urgebrada as horas irreversíveispêndulo imperfeitoranhuras insistentes e obrigatórias,comemoradas ano a anoPor quê?o entregar seu respirar ao desconhecido?aplaudir a dor dos dias contados?Acelerarcomer a vida com as mãosSem etiquetaSem permissãosó então……aos vermes mal passado. Crédito da imagem:  Pexels.com “Os textos representam aContinuar lendo “Banquete aos vermes.”

MÃE, ME OUVES

( Jovina Benigno) Mamã, quero te dizer palavras inauditas. presentes. alqueires tua  presença nas noites em que vago sem ti. te amo, mãe! eu  te dizia. Hoje, incompleta pela tua ausência total te enxergo . declaro meu amor seguro  teu rosto em minhas mãos vazias. é exato que te amo. Escrevo no bronze teu verbeteContinuar lendo MÃE, ME OUVES

Sem defesas.

Gosto da percepção de que o tato é o mais amplo, complexo e exposto sentido dos seres viventes. Quiçá o único absolutamente em desamparo, pois entregue, sem proteções, à alteridade e ao estranhamento. Integralmente envolto no nada, e lançado no tudo. Visão, audição, paladar, olfato e tato. Cinco os órgãos de sentido a experimentar oContinuar lendo “Sem defesas.”

Feliz aos 40

Era seu 40° aniversário. Olhou-se no espelho após a festa e sentiu que as rugas começavam a pular de seu rosto, uma a uma. Passou removedor de maquiagem e tocou em sua própria face, percebendo cada marca de expressão. Jogou água no rosto. Como em um mapa, ele trazia os caminhos de uma história: quarentaContinuar lendo “Feliz aos 40”