RECOMEÇO

Três da manhãpesou-lhe a mão que lhe fezfilhos.da cama ao chãosubsolo da humilhaçãocaída. alma e camisolaem desalinhoo quarto, arco de entradaporta de saídadizia o dedo em riste.ela, rainha em seus desejosela, rama de lenha molhadafoi o que lhe dera a existência.A mulher há incontáveis sóisnão pescava caranguejos na lamanão comia peixe salgado para o mêsarrancadoContinuar lendo “RECOMEÇO”

“O que você deixou de ser quando cresceu?”

O domingo corria apressado enquanto eu tentava inutilmente impor a ele um ritmo de leveza que eu própria nem tenho. O fim de tarde era morno, com as estruturas pesadas de concreto dos viadutos da cidade expurgando todo o calor que receberam ao longo do dia. Em um deles, uma frase de letras inconstantes cravou-meContinuar lendo ““O que você deixou de ser quando cresceu?””

Salto para o desconhecido

A sombra projetada de seu próprio reflexo contra a água lhe dava medo. Via-se pálida, com escuras olheiras, a pele seca. Era jovem, mas sentia-se velha, cansada. Antes do momento final, sentou-se e refletiu. Sentia dentro de si uma forte pulsão de morte. Estudou tudo isso no curso de psicologia. Mas nem a graduação, nemContinuar lendo “Salto para o desconhecido”

Rosi por Rosi

Me definir parecia fácil, mas não é tão simples assim. Agora que decidi escrever sobre isso, me deparei com uma aridez criativa, então vou deixar as palavras fluírem pro papel e espero que façam sentido… quero saber mais de mim, conhecer profundamente meus pontos fracos e fortes, me desvendar para extrair o melhor que possoContinuar lendo “Rosi por Rosi”

UMA CARTA PARA INGRID

Fortaleza, 06/02/2022. Querida Ingrid, Como tem passado, menina? Sei que ainda não nos conhecemos, mas ouvi teu nome muitas vezes nesse ano que passou. Em todas essas vezes que perguntaram por você, aqui em casa nos perguntamos por você também. Fizemos piada e os meninos passaram vários trotes para quem queria apenas seu contato. SouContinuar lendo “UMA CARTA PARA INGRID”

FAZ TEMPO QUE NÃO TE ESCREVO

Faz tempo que não te escrevo e espero que ainda esteja por aí em algum lugar. Não tenho lembranças de um amor tão bonito quanto o nosso. Vivíamos nos esbarrando e rindo da cara um do outro. Éramos dois em dois, completos e mesmo assim, misturados. Hoje somos apenas lembranças de corredores cheios e barulhosContinuar lendo “FAZ TEMPO QUE NÃO TE ESCREVO”