Bicicleta

O vento soprava nos dois.
Seus cabelos esvoaçantes me fizeram regressar no tempo e sorri no íntimo.
Uma pontada de saudade me cutucou.

O rosto dela estava banhado de genuína alegria.
O dele transparecia um esforço sacrificioso.

Ela, sentada, tinha o olhar contemplativo. Apreciava a bonita paisagem que se irrompia a sua frente.
A ele não era permitido desfrutar da mesma forma. Precisava reunir forças para fazer a engrenagem deslizar no trajeto.

Ela tinha os pés suspensos e cruzados.
Os dele permaneciam ocupados cumprindo movimentos cíclicos e constantes.

Continuei dirigindo. E segui, o quanto pude, apreciando absorta a cena daquele pai levando sua filha de bicicleta para a escola.

6 comentários em “Bicicleta

  1. Seus olhos e palavras transformaram em pura beleza o que seria uma cena que possivelmente passaria desapercebida pela maioria. Parabéns, Lidynha!

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