Hoje completam dois meses que nos separamos. É a primeira vez que saio de casa para uma programação de lazer. Durante esse tempo fiquei trancada, pensando no que poderíamos ser, mas não fomos.
Decidi ir a pista Cláudio Coutinho, lugar que amo, na zona sul da cidade. Não sei se você sabe, porque nunca fomos juntos. Nunca deu tempo.
Foi um ano turbulento o que vivemos. Muita paixão, mas também muitas brigas. A falta de tempo, dificuldade para conciliar a relação com outras tarefas, discordâncias ideológicas. Tudo era motivo para que brigássemos.
Mas mesmo em meio às dificuldades, nós persistíamos. Como tecido que estica, mas não arrebenta. E em uma trama repleta de conflitos, nos enrolávamos cada vez mais. Até o casamento chegamos a planejar.
Quis o destino que nada acontecesse. Quis a vida que tomássemos rumos separados.
Em nosso último encontro, ficou clara a discrepância. Ficou claro que a distância seria melhor que as lágrimas derramadas por tantos desentendimentos.
Apesar da decisão ser bem pensada, ainda caminho com dificuldade pela trilha. E pela vida.
Pelas pedras do caminho, sinto falta de ar, como se algo me sufocasse. Talvez seja o processo de cura. Só quero esquecer toda essa tragédia. Sinto a dor da sua falta como se fossem espinhos enfiados em minha pele.
Mas prossigo. Chego ao fim. Olho para o mar. Para o lindo céu infinito. E agradeço a Deus por estar viva.
Agora posso te esquecer,
enfim
Carol querida, que bela reflexão e que dor tão bem compartilhada. Parabéns! Obrigada
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