Desde pequena sonhava em ser bailarina. Dessas que dançam em grandes companhias, ganham prêmios, e dão entrevistas. Para a realização do projeto, treinava todos os dias. Era incansável em seus passos e piruetas. Ensaiva, e ensaiava, e ensaiava…
Até que com apenas dezoito anos entrou para o corpo de baile de um grande grupo. A família era só orgulho. E Clarice, pura vaidade. Amava os elogios, os aplausos e, principalmente, as luzes do palco.
Mas depois de cinco anos fazendo o trabalho, começou a se sentir cansada. Os ensaios pareciam cada vez mais exaurir seu corpo, já abatido por vários machucados e lesões. As cobranças começaram a gerar ansiedade. E o relacionamento com os colegas naufragava em meio à competitividade e picuinhas.
Começou então a refletir sobre até onde isso iria. Em mais algum tempo chegaria aos 30 e ainda não tinha namorado, casa própria, e sequer poderia sonhar com filhos, com aquela rotina corrida que possuía.
Clarice começou a perceber que aquele sonho não poderia ser tudo em sua vida. Que precisava virar essa chave. Só assim, teria espaço para se dedicar a outras tarefas e atividades.
Começou então a estudar para o vestibular de algo que sempre gostou, mas nunca teve tempo para se dedicar: direito. E, com isso, seus sonhos se transformaram. Pensava em ajudar os mais humildes, tornar-se uma defensora pública.
E os anos foram passando, passando. Até que, pouco a pouco, passo por passo, ela começou a reconstruir seu caminho. E pensou: “sonhos não são para sempre”.
E como no balé, dançou lindamente por esse espetáculo maravilhoso que se chama: VIDA!
((Esse texto é dedicado a todas as mulheres que tiveram a coragem de mudar de ideia))
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Ah, Carol, ainda bem que a Clarice se permitiu mudar de sonho, de carreira, de vida! A vida é entrar no palco sem ensaio, improvisamos a todo tempo. Que a gente possa ter a liberdade de escolher quais sonhos vamos seguir!
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Obrigada Elaine! Nos reinventando sempre, mas sem perder nossa essência. Isso que importa.
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