Troca de roupa
Todo mundo dizia
Que chegava a época
Onde as coisas não cabiam
Não é que não servissem
Longe dessa inverdade
Mas era algo desconfortável
Sei lá
Um incômodo
Eu bem que tentei limpar a lente
E por um tempo
até achei que estivesse tudo no lugar
Mas eis que o botão da roupa explode
E deixe a mostra
uma parte curiosa, pronta para espiar
Essa forma
Esse molde
Essa conversa
Essa cara de pão de ontem
…
Vazio
…
Eu quero a cor
A nova forma
O pão fresco
O botão que fecha confortável
Quero de tudo um pouco
Como nas lojas de biscoitos onde provamos antes de comprar
Quero o suco
Quero a gargalhada
Quero o improvável
Bem aqui
Agora
Para quem chega
Divirta se
Para que troca a roupa.
Surpreenda se
E para mim
Apenas
Seja
sinto como se esse incômodo fosse tb meu.
Troca se não te pertence e segue adiante.
ou apenas despe, e tira o pão velho da mesa.
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Querida companheira de escrita, teu texto trouxe-me a reflexão de que essa “troca de roupa” acontece sempre que nos renovamos ou retrocedemos. E lembrei Sartre: ” somos condenados a ser livres “. Um beijo, Parabéns !
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