Memento

Memento.

Gosto de te esquecer

Gosto de te esquecer todos os dias

Como um processo degenerativo,

te lembrar.

Para então,

Ter motivo de esquecer.

Gosto de verificar as portas e as janelas 

Me certificar

continuam fechadas.

Te olhar rindo nos dentes de domingos

E desfolhar as cartas de mínimas

Escritas

Ditas

Lidas

Guardadas

Furtivas

De promessas suspensas de aindas.

Perfídias.

Repetidas novelas. 

No hoje busco te olhar

Vestido 

tecido fibroso de desprezo 

te saber avesso.

Naturaleza

Tão ridiculamente normal

Que a aura Diosa 

Torna-se fácil de esquecer,

Tinta secando nas paredes

Desse quarto que não habita.

Gosto de esquecer.

Do processo venenoso do esquecimento.

Deuses não existem

No vazio esquecimento.

Crédito da Imagem: Pexels

Os textos representam a visão das respectivas autoras e não expressam a opinião do Sabático Literário.”

Publicado por Katja Mota

Não fui eu, foi o meu eu lírico.

2 comentários em “Memento

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