Por: Karla Militão
Ela acordou, abriu os olhos e sentiu um arrepio estremecer todo o seu corpo. Parecia que todo o seu ser estava sendo aniquilado. Um suor frio percorria seus pelos.
Fechou os olhos bruscamente e desejou nunca ter acordado. Sentiu um frio no estômago. Ficou perdida em vários pensamentos acelerados e desconexos. Buscou um sentimento oceânico que a confortasse.
Seu coração palpitou rapidamente. Abriu os olhos novamente, ainda estava lá largada em cima da cama. Veio um único pensamento: não tenho tempo a perder, a vida é apenas um ensaio e quero ensaiar bem.
Sabia que os sintomas da ansiedade caminhavam junto consigo a muito tempo. E quantas vezes ela se deixou paralisar…
Agora estava mais forte. Agora conhecia mecanismos para enfrentar a temível fera. Estava mais confiante. Conseguia sorrir e falar sobre a própria dor.
Levantou da cama e olhou o dia lá fora. Era um lindo dia de sol, abriu os braços em posição positiva e aos poucos foi se sentido aquecida. Sussurrou o que parecia ser uma oração. Sorriu para si mesma, sorriu para o mundo, sorriu para a vida.
Percebeu que estava viva. Percebeu que poderia ser feliz apesar de tudo. E seguiu em frente.
Crédito da imagem: Foto por Tim Samuel em Pexels.com
“Os textos representam a visão dos respectivos autores e não expressam a opinião do Sabático Literário.”
Lindo texto, Karla! Cada dor tem um tamanho para quem a sente…só quem sente sabe mensurar.
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