Por: Daniela Echeverri Fierro
Ela estava sentada, bebendo café, seu cabelo castanho acariciando suas costas cobertas por uma jaqueta de lã com listras coloridas. Nas mãos um livrinho e os olhos fixos nas páginas amareladas furadas pelo tempo.
Ele não conseguia parar de olhá-la, sentou-se na mesa ao lado sem esconder o encanto por aquele movimento absurdo e ao mesmo tempo sedutor de suas pernas por baixo da mesa.
Então ele pediu um café e lembrou da aquela velha arvore onde passou a manhã abrigado à sombra, desfrutando do vício adocicado e ardido de ler as poesias do escritor Jose Asunción Silva.
Enquanto levava o café amargo aos lábios, sentia o calor queimando seu esôfago, enquanto imaginava como o chumbo passava por seu coração assim como aconteceu com o poeta.
Cada verso afundou-se num grito de dor, num pedido de silêncio entre as folhas secas que caíam da árvore. Imerso nas palavras, ele foi dominado novamente pela morte tão engenhosa e trágica do escritor.
De repente, ele percebeu novamente a bela mulher ao seu lado, dessa vez ele notava as mãos pequenas e macias, eram mãos de artista – ele pensou – era fascinante como seguravam delicadamente aquele livrinho azul.
Ela poderia ser uma pintora ou cartunista, talvez pudesse tocar um instrumento, um piano ou algo assim.
Ele queria falar com ela, mas parecia estúpido abordá-la sem nenhum motivo além de seu fascínio por sua imagem boêmia.
Dani, que cena deliciosa e sedutora. Amei 👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽
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O amor é o que há de mais lindo e a admiração é o que norteia toda a poesia do amor.
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