Eu tinha um punhado de cartas
guardadas
que… sequer escrevi.
Tive também algumas cartas
que o vento entregou
e eu nem vi.
Eu tinha um punhado de cartas
na ponta do toco gasto do lápis,
escritas com pressa
ou com raiva
que com a borracha desfiz.
Guardo ainda
tantos,
envelopes aos milhares
para cartas que ei de escrever.
Já as contemplo ao fechar os olhos,
bordadas em minha mente,
para quem nesse gesto
conseguir ler.
Queria sela-las todas
com cera e carimbo
– tal qual antigamente
Cartas perdidas no tempo,
por mim achadas no limbo…
Para que tanta carta?
Às vezes me questiono…
Já nem se usa mais…
Uma carta, duas ou três,
sendo tão obsoletas, tanto faz…
Agora minhas cartas são só afetos
ou talvez confessionários
de eu líricos livres e loucos
em livros abertos e ordinários
Camila querida, parabéns! A beleza no teu texto, que lirismo! Partilho com você o amor pelas cartas , poeta querida quantas saudades elas nos trazem. Meu amor a elas sempre foi tão grande que, antes de envia-las delas tirava cópia, para le-las depois. Às vezes essa leitura me trazia esclarecimentos, arrependimentos, e descobertas sobre mim mesma ou sobre o outro. Gostei muito do seu poema, muito. Quem sabe um dia a gente possa se encontrar e conversar sobre as cartas e ao.mais que à poesia interessa. Parabéns. Beijo, querida
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