Olhava para aquele arquivo de papel indecisa e insegura. Desde pequena, sempre teve o sonho de escrever estórias. Mas, pressionada pela família, resolveu fazer uma faculdade. Escolheu jornalismo, porque na sua cabeça era o menos diferente. Pelo menos, poderia narrar fatos, o que não era a mesma coisa, mas já quebrava um galho.
Durante anos então, sufocou seu desejo de ser escritora. Achava que, como repórter, sua alma já estava suprida, e poderia então dedicar o tempo que sobrava para a família e os amigos.
Até que um dia percebeu que tudo aquilo não fazia mais sentido. As matérias de índices, pesquisas, projetos… tudo aquilo parecia mais uma repetição do que propriamente algo que combinasse com sua alma de artista. Aqueles textos eram mais um rearranjo de informações do que propriamente uma criação original.
Todos os dias, sua vida parecia a mesma. Igualzinha.
Sentia-se sufocada!
Então, em um ímpeto de coragem e falta de sanidade, ela resolveu mexer naquela energia. Cancelou todas as entrevistas, deixou o chefe na mão, e correu para uma lan house.
Chegou lá com o coração aos pulos. Iria enfim colocar sua mente em algo criativo. Queria falar sobre a estória de uma garota que sonhava em ser escritora, como ela.
Colocou o login e a senha com as mãos tremendo. Abriu o word. E então… nada!
Nada!
…
Até que escreveu, no silêncio de se coração partido…
Olhava para aquele arquivo de papel indecisa e insegura.
Texto cheio de personalidade!
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Obrigada!!
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