Se bater em meu rosto agora
o único som que ouvirá não é o do grito,
ou o do pranto,
ouvirá o som surdo da casca oca.
Se violentar meu peito agora,
com a força da pancada bruta
não sentira a carne que afunda e sim estilhaços cortantes que me sangram mas não a ti.
Se forçar seu corpo contra o meu
num agora a pouco
não sentirá o gozo contrarindo o corpo
e sim uma leve brisa
úmida e morna
saindo da boca,
um último suspiro de um alguém que não existe mais.
A um alguém não esteve e que foi.
A um alguém que está mas não é.
A um alguém que é mas não está.
Lançar mão
De toda munição
Disparar todos os gatilhos.
Para não fazer meu
Teu desespero.
Crédito da imagem: Pexels
“Os textos representam a visão das respectivas autoras e não expressam a opinião do Sabático Literário.“
Parabéns, Kátia. Um beijo.
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Muito obrigada Jovina 😘
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Que forte. Reverberou por um tempo em mim. Parabéns!
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Obrigada!!!
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