Ela chega silenciosa, sorrateira como uma serpente que planeja, meticulosamente, o bote perfeito em sua presa desavisada.
Não deixa claro o motivo de sua vinda, mas surge de repente. E assim, nessa fugacidade, o discernimento completamente desprevenido não consegue encontrar defesas.
No início, aparece disfarçada de um pequeno sopro no estômago e, antes que se perceba, pernas e mãos começam a tremer. Em seguida, o coração responde com um descompasso desordenadamente acelerado. O pulmão não perde a oportunidade e também participa, deixando a respiração ofegante.
O cenário está posto. O cérebro, coitado, ocupado com tantas demandas repentinas, não percebe o blefe do corpo e sofre minutos de agonia. Mas, no auge do seu desespero, um fio de lucidez sobrevém e a mente rememora outros ataques já experimentados.
Então, recupera o controle e entende que foi só mais uma “cortina de fumaça”, chamada crise de ansiedade.
Lidya Gois
Jan/2022
Crédito da Imagem: Foto Pexels.com
“Os textos representam a visão das respectivas autoras e não expressam a opinião do Sabático Literário.”
Parabéns, Lydia. Obrigada pelo seu texto. Beijo
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Agradeço demais, Jovina.
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Desse jeito Lidynha.
Arrasou no texto.
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Obrigada minha linda.
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Que texto! Arrasou mesmo! Descreve com precisão e muita sensibilidade uma crise deste mal do século. E nos ajuda a reconhecer a situação e, na medida do possível, a fugir deste bote!! Gratidão!
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Obrigada pelas palavras. 👍🏼
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Que nunca atire a primeira pedra! Mesmo que por 1 segundo apenas. Muito importante trazer um tema tão presente e necessário. Que muitos enfrentam no esconderijo do quarto ou do consultório. Só que de uma maneira leve, romântica, mas também profunda. Parabéns!!!
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Obrigada, Karina. 🙏🏼
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