SAUDADES FELINAS

Por: Rosi Santos

Faz 78 dias que estou longe dos bichanos da minha vida, oito ao total. Desses, quatro gatinhas são minhas e nem sei descrever o nível de saudade que estou sentindo…

Dormir sem meus felinos – meus reikianos naturais – tem sido estranho, só sofro um pouco menos por conta da pós que ocupa bastante a minha mente. Mas nos momentos que caminho na praia penso no dia que vamos nos reunir na nova casa, nos brinquedos que vou comprar, nas caixas de areia, nos arranhadores, nas telas nas janelas e nas baratinhas mortas que ganharei de presente.


Minhas gatas tem nomes bem significativos e fortes: Frida, Nina Simone, Dandara e Serena, que foram escolhidos para homenagear essas mulheres incríveis que tanto inspiram e para manter essas qualidades imprescindíveis marcadas na minha rotina.


Frida é como a pintora mexicana: alma livre e belíssima! É daquelas gatas que só se aproxima na hora da ração e depois se aninha ao seu lado para a sonequinha de agradecimento, rs. É branca com manchas pretas, bem peluda e de olhos bem delineados. Super arisca, só se aproxima de quem conhece e confia. É a mais velha no momento e é um privilégio conhecê-la, pois se esconde dos estranhos assim que os pressente.


Nina Simone é preta, esguia, melancólica e carente por demais. Mia sempre, me procura sempre, ronrona sempre! Muito exigente e seletiva, está sempre perto de quem ama. Veio até mim no primeiro chamado, era um filhote magrinho e criei com muito carinho e zelo e ela retribui sendo grata e sempre presente. Gosta de estar nos lugares mais altos, olhando tudo, vigiando tudo, cuidando de tudo. É uma ninja!


Dandara foi resgatada um ano depois. Era a menor da ninhada e pensei que não resistiria, mas resistiu, por isso recebeu o nome de Dandara Vitória, porque foi guerreira e persistente e obstinada! Ela chegou na mesma época que peguei Covid e a sensação febril dos “dementadores” só se aplacava porque todo o tempo ficava aninhada no meu travesseiro, perto da minha cabeça. Seu pelo é curto, cinza tigrado, bem pequena e magrinha. É a mais dengosa, a mais companheira, a mais protetora! Meu xodozinho!


Serena é irmã de Dandara, foi castrada com seus irmãos para adoção, mas foi ficando e me cativando, e agora já a adotei também. Literalmente é serena, quase não mia, e trata todos os gatos como se fossem seus filhotes. É extremamente plena e divide essa plenitude com todos. Ela acalma, observa, acompanha. É preta com manchas brancas, é a mais preguiçosa e dorminhoca.

Eu sabia que sentiria falta delas quando saí de casa nessa jornada, só não sabia que seria tanta e todo dia me pergunto se pensam em mim da mesma forma que penso nelas, daria uns doces por esses pensamentos… O que aplaca as ausências é lembrar das características delas (gatas e musas) que admiro e valorizo, e que tanto preciso no momento, afinal foram elas que me motivaram a partir!


Gateiros entenderão plenamente meu sofrimento. E pra quem não entende só deixo uma dica:

PERMITA-SE CONVIVER COM UM FELINO!


Crédito da Imagem: Foto por Mustafa ezz em Pexels.com

Os textos representam a visão das respectivas autoras e não expressam a opinião do Sabático Literário.”

Publicado por rosicleiasantos

Sempre sonhadora e intuitiva, interpreto na vida o papel de mãe da Manu e o de amiga de muitos seres especiais! Buscando me desafiar, aceitei o convite de mergulhar no universo mágico da escrita!

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