Por: Karina Freitas
Domingo estava fazendo minha caminhada matinal quando uma imagem me desviou a atenção.
Uma senhora nos áureos dos seus cabelos brancos andava de bicicleta de rodinhas.
Exatamente, a mesma rodinha que usei quando criança para aprender a pedalar.
Atrás um jovem rapaz a acompanhava em outra bicicleta.
Olhei, admirei e pensei: – Nunca é tarde para aprender.
Imaginei … um diálogo entre avó e neto …
…de como ela lhe contou aquele sonho antigo de aprender a andar de bicicleta.
De como ela achava que o tempo tinha passado, que estava velha demais!!!
Afinal, o que as pessoas iriam pensar ?
Aquela senhora aparentava ter mais de 60 anos, mas tinha uma alma jovem, de quem tem sonhos a realizar.
E o neto ao conhecer aquele sonho adormecido, sufocado e esquecido pelas atribulações da vida … a estimulou e despertou algo esquecido há anos.
Ela tinha medo de cair, de não conseguir, de se machucar, de de expor ao ridículo.
Mas ela tinha se machucado a vida toda, mas a dor era moral e não física, escondia em seu íntimo e ninguém sabia o que se passava em seu coração.
Ele um jovem rapaz que aparentava seus 20 anos, com olhar amoroso disse que ajudaria e sempre estaria a seu lado!!! E a abraçou.
Ela aceitou aquela oferta com um brilho nos olhos como uma menina que ganhava a boneca que tinha pedido de Natal.
E com certeza andar de bicicleta foi um dos dias mais felizes de sua vida.
Afinal! Nunca é tarde para aprender.
Olhar aquelas aquela senhora me fez lembrar quando aprendi a andar a pedalar!
O porto seguro que eram aquelas rodinhas: havia equilíbrio, estabilidade e um falso controle.
E o momento de retirá-las: as quedas, as feridas, os hematomas, os choros.
Primeiro uma… e depois a outra.
E durante aquele processo aprendi: persistência, insistência, resiliência, prudência, coragem, medo, ousadia e liberdade.
Refleti de como andar de bicicleta pode ter me feito uma adulta mais segura de mim.
O tombo dói, as feridas cicatrizam e o sabor da aventura é um deleite, que minha memória saboreia até hoje.
Aquela senhora relembrou que ninguém é tão velho que não tenha algo a aprender.
E aquele jovem aprendeu que ninguém é tão novo que não possa ensinar.
Crédito da Imagem: Foto por Taryn Elliott em Pexels.com
“Os textos representam a visão das respectivas autoras e não expressam a opinião do Sabático Literário.”
Adorei, Karina! Lindo, leve e inspirador! Parabéns!
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Obrigada, Lidi!!!
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Lembro de ter lido uma vez que às vezes somos jovens demais para algumas coisas e velhos demais para outras, independente da nossa idade biológica. Penso com seu texto que a vida é feita de oportunidades, não apenas de idades. Aproveitemos!
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Elaine, obrigada. É verdade que algumas coisas realizadas em determinada idade concentram condições que melhor favorecem. Mas nem por isso devemos abandonar sonhos porque não é a idade de fazer.
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Oi, Karina, seu textos nos deixa vários sentimentos, entre elas, entusiasmo e gratidão pelas novas oportunidades. Detalhe, : nunca consegui andar de bicicleta. rsrsrsrs. Um beijo. Parabéns!
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Jovina, obrigada pelo comentário. Então! Vamod andar de bicicleta?!
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