Por: Rosi Santos
Não foi fácil ser Maria, não foi fácil ser Frida, não é fácil ser Rosi, mas sigo tentando. Longe de mim querer me comparar a essas duas mulheres incríveis, fortes, que marcaram presença na história e que significam muito na minha vida. Só enalteço mesmo a grandeza delas e procuro me inspirar diariamente…
Sou filha de Maria antes mesmo de ser católica e o desejo da maternidade foi inspiração dela. Com Maria aprendi a doçura, a cobrança gentil, a persistência nas minhas verdades, a empatia, a sororidade! Amou sem medida os seus e a humanidade! Eternamente será pra mim “vida, doçura, esperança nossa”!
Já Frida chegou aos meus ouvidos pela música da Calcanhoto nos anos 90. De cara fiquei intrigada, apaixonada, emocionada, impactada. A força de Frida me impulsiona todo dia, e vejo atitudes “fridianas” em várias mulheres “phodas” que eu conheço!
Aquela mulher que sorri feliz quando vê a cara chorosa de seu filho pela primeira vez depois de horas de dores inimagináveis ou depois de ter inúmeras camadas de sua pele cortadas e costuradas; que tem jornada dupla, tripla; que cuida e educa sozinha os filhos porque o pai é ausente; que sofre mensalmente com a gangorra hormonal do ciclo e dores infernais da menstruação; que ganha menos que o colega de profissão porque tem “pepeca” e não “piupiu”; que é assediada e ainda é acusada de provocar o assédio; que fica viúva e decide criar seus filhos sozinha em outro lugar, só pra que eles tenham uma condição melhor de vida; que teima em conseguir a vaga na faculdade pública e tenta o ENEM mil vezes até conseguir; que sofre de transtornos psiquiátricos e tem coragem de assumi-los publicamente e tratá-los; que se divide diariamente no papel de mãe/esposa/mulher/filha/neta/amiga/etc; que é multifacetada e se lança em “vários projetos tudo ao mesmo tempo agora”; que decide mudar de carreira, fazer uma pós e uma segunda graduação depois dos 50… Todas essas mulheres são “phodas” e “fridianas”! Muitas vezes elas dormem chorando, mas acordam dispostas a sorrir e conseguem com a ajuda do poder do batom vermelho!
Com ela aprendi que sem amor não vale a pena manter nenhum tipo de relação, é pra pular fora mesmo! Correndo! Mesmo que o bonde esteja em movimento! Que nossos sonhos importam, que vale a pena lutar por eles, vale a pena todo sacrifício para conquista-los! Que as adversidades são pontes para alcançarmos momentos melhores e que mesmos incertos, podem ser surpreendentemente maravilhosos!
Sou uma mulher órfã/mãe/irmã/amiga/vivente, passei dos 50 e tenho sonhos e vontades infinitos! Minha lista de projetos para 2022 não para de crescer! Óbvio que nem sei se vou realizar metade deles, mas já vale querer, desejar!
O grande ensinamento de Maria e Frida, é que A DOR FORJA, tanto pro bem quanto pro mal, e quero ser sempre uma versão melhorada de mim, então sigo tentando…
Crédito da Imagem: Foto por Roy Reyna em Pexels.com
“Os textos representam a visão dos respectivos autores e não expressam a opinião do Sabático Literário.”
Somos um pouco de cada mulher, da coragem , força e confiança nas entranhas de cada uma delas. Parabéns pelo texto. Rosi
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“Que nossos sonhos importam, que vale a pena lutar por eles”… perfeita a sua colocação, Rosi. Quando damos valor aos nossos sonhos, damos valor a nós mesmas, nos tornamos nossa prioridade. Parabéns pelo texto!
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Siga tentando sempre, querida Rosi. Muito envolvente seu texto. Eu fiquei com coração emocionado qto deparei qto guerreira nós mulheres somos. Quantas batalhas lutam e superam. Eu amei!
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E viva a nossa ancestralidade!
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Em uma sociedade que é extremamente hostil com a mulher é muito importante ter essas referências femininas de mulheres que conseguiram dar a volta por cima!
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