Hoje amanheci com vontade de entrar em um útero de aluguel. Daqueles que a gente escolhe e paga sem dar muitas explicações. Simplesmente ficar lá o tempo que achar necessário para estabilizar o caos dessa vida de altos e baixos. Ficar lá sem compromisso com nada, sem calcular, sem pensar. Respirando somente. Depois quando for a tempo sentir as contrações da hora da saída e sair livremente sem dar satisfações. Acerta a conta na recepção e vai embora sem deixar resíduos; ou melhor, ter a certeza que os resíduos ficaram lá dentro do útero momentaneamente meu.
Acho que o homem apesar da sua inteligência e criatividade ainda não construiu um espaço desses. É uma pena poderia até pagar com PIX, garantindo mais ainda a imparcialidade e impessoalidade dos fatos. Gostaria mesmo de um útero de aluguel hoje. Mas devido à impossibilidade do meu desejo sigo adiante. Marco uma sessão de terapia e descarrego tudo que aperta o peito, afoga a alma.
Passo na recepção acerto a conta. Dou um sorriso para a recepcionista, enfim ha tempos encontro com ela na recepção. Abro a porta do consultório e sigo em frente de alma lavada, de cabeça erguida pronta para os novos desafios.
Crédito da imagem: Foto por em Pexels.com
“Os textos representam a visão dos respectivos autores e não expressam a opinião do Sabático Literário.”
Que lindo, Karla! Todos nós queríamos um útero, um esconderijo protegido de tudo, uma câmara criogênica para só descongelar depois que a loucura passar. Mas somos como somos, e seguimos em frente.
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Verdade. O importante é seguir em frente.
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Maravilhoso!Bom seria termos esse deserto!Bem sabemos (e as vezes não)dos conflitos que temos. Mas Deus está sempre ao nosso lado.Vamos adiante!
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Vamos adiante Lu.
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É um relato honesto de que todos Queremos um momento para fugir de tudo, mas ao mesmo tempo encontrar com só mesmo. Entre altos e baixos, buscamos nosso esconderijo! Excelente!
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Obrigado
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Precisei muito de um desse há alguns meses! Que bom seria…
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