Nesse mundo de especialistas estamos perdendo o nosso olhar aberto. O olhar simples que percebe a eterna transitoriedade do mundo.
Por: Karla Militão
Parafraseando Fernando Pessoa; quero meu olhar nítido como um girassol que olha para o lado direito e para o lado esquerdo e de vez em quando também olha para trás. Desejo nunca perder a flexibilidade de poder olhar em várias direções e principalmente desejo sempre ver algo novo. Uma novidade que estava escondida e que quando revejo me espanta por não ter percebido antes.
Nesse mundo de especialistas estamos perdendo o nosso olhar aberto. O olhar simples que percebe a eterna transitoriedade do mundo. Nesse olhar fixo que só busca uma única direção vamos deixando o inusitado passar ao largo de nossas experiências. Nossa inflexibilidade nos coloca uma viseira ensimesmada que reduz o nosso deslumbramento e a capacidade de acreditar no milagre do vir a ser. Vamos perdendo nossos sonhos ou quando não perdermos deixamos eles adormecerem ao lado da nossa condição transformadora do nosso próprio ser.
Quero ser como um girassol que tem todas as pétalas abertas mesmo quando o sol não esta brilhando no horizonte ou quando há ameaças de um temporal.
Quero seguir sempre em frente, mesmo que as vezes precise recomeçar e que dez passos para trás seja necessário dar. Mesmo que muitas vezes precise olhar novamente para algo que ainda não havia compreendido ao olhar de relance pela primeira vez. Ao olhar para a realidade desejo ver seus ângulos e recantos e não me prender apenas na minha subjetividade. Sem conflito, sem negação ou idolatria. Se for necessário pedir perdão, por um mal juízo de valor.
Quero meu olhar nítido como um girassol de visão ampla e inclusiva. Que não desiste nunca de enxergar a constante novidade que é a vida.

Karla Militão
Psicanalista, graduanda em Psicologia, leitora apaixonada e aprendiz no mundo da escrita.
<p value="<amp-fit-text layout="fixed-height" min-font-size="6" max-font-size="72" height="80"><strong>Foto: Daniela Echeverri</strong>Foto: Daniela Echeverri
Muito bom o exemplo do girassol e a vinculação com a nossa vida, nosso olhar, nossa percepção sobre as coisas. Nossas vivências contaminam muito nossa percepção e nos impedem, às vezes, de enxergar outras realidades. Parabéns pelo texto que suscita tantas reflexões!
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Obrigado Lidi.
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Que sejamos todos girassóis🌻
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Parabéns Karla pelo ensaio siga no seu objetivo e quando o livro sair quero com o autógrafo da escritora
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Pode deixar rsrsr.
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Parabéns Karla pelo ensaio e muito massa esse exemplo de girassol. É basicamente sobre a questão da vida da gente, e de enxergar a realidade.
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Isso mesmo Rafa. Que bom que gostou.
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Excelente texto que nos leva a refletir na transitoriedade da vida, na realidade que temos atualmente onde todos acabam sendo juízes implacáveis, que acreditam que tudo sabem, Mas não sabem! Porque a vida é relativa, não absoluta, é dinâmica, não estática e a nossa capacidade de mudança, de olhar para outros ângulos e aprender sempre, se reinventar sempre! Parabéns Karla!
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Parabéns, Karla!!muito bem colocado a questão do olhar do especialista em detrimento do todo. Continue, vc vai longe!!
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Obrigado.
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Um chamado à consciência, um despertamento do automático, um convite a se reiventar humanamente porque não devemos ser o mesmo. Parabéns!!!
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Verdade. A capacidade de mudar faz parte do homem. Pena que muitas vezes ele esquece disso. Obrigado Karina.
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Parabens!!! Que tema, que viagem nos proporcionou. A amplitude de nossa visão nos faz grande, nos permite várias experiências; E abrange nosso olhar sobre esse presente chamado ” Vida “
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Que comentário maravilhoso. Vejo que apreciou bem o tema. Obrigado.
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Amo esse ser vivo girassol pois temos muito o que aprender com ele. Concordo com você que devemos, sim termos um olhar mais sistêmico diante das situações da vida. Possibilitando-nos a praticar mais a empatia. Vamos ser mais girassol.
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Obrigado. Vamos ser mais girassol.
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Faz muito tempo, um professor me falou sobre um deus pagão da mitologia romana chamado Janus. Essa divindade se caracterizava por manter sempre uma de suas faces voltada para o passado e a outra para o futuro. Daí o primeiro mês do ano ser janeiro, em referência a esse deus pagão. Eu me lembrei desse episódio, em razão do belo texto sobre os girassóis que você escreveu.
Entendo que para olhar com mais segurança para o futuro, é importante compreender o passado. E se ainda for possível olhar para os lados, como faz o girassol, o que nos remete à ideia de presente, mas segurança teremos para seguir adiante, a partir das nossas tomadas de decisão. Gostei muito do seu texto. Trouxe-me, além de novos saberes, belos motivos para novas reflexões.
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Obrigado. Adorei a parte mitológica acrescentou bastante e me fez refletir.
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