Um café (e um rapé), por favor!


Como falar das coisas do coração sem ser piegas, sem cair no senso comum?
Quando aprendemos com ele. Quando nos acrescenta, nos engrandece e nos faz feliz.
Quando aprendemos que amor, paixão, tesão, desejo, ternura se fundem numa confusão de sentimentos quando achamos a pessoa “certa”, aquela que dá match, se encaixa, funde, que atende nosso momento, nossa urgência e, independe do tempo que nos conhecemos -será eterno enquanto durar – como já dizia o poeta.
É aquela pessoa que faz teu café ter um gosto diferente, que invade tua manhã com uma aura de luxúria e dá um novo sentido ao ritual da pitadinha de rapé matinal.
Começa, quando sem perceber, acordamos cantarolando uma música, verificando as mensagens no celular e aguardando as próximas.
É quando desperta um sorriso bobo e um suspiro, quase um gemido, nos lugares mais inusitados.
Te faz sentir a mulher mais gostosa do mundo, quando você lembra que seu bom dia tem sido assim:

Acordei agora pensando em você…querendo…
E ao longo do dia, tudo te remete às lembranças mais quentes.

Passando agora só pra te dar um beijo na boca, chupando essa língua safada…só pra não esquecer que tem dono…
E andar pelas ruas, pelo mercado, lembrando dos poderes de um simples chocolate nas mãos dos amantes e o áudio:

Tudo que eu como, quero que esteja com o teu gosto.
Acordar no meio da noite e ler nas notificações:

Gosto de te fazer gemer baixinho nos lugares mais inapropriados…
E no meio dessa safadeza, do gozo no meio do dia, você recebe:

Eu te amo! Você foi a melhor coisa que me aconteceu. E as coisas mais simples vão ganhando um novo sentido. O dia, o trabalho, a vida ficam
mais leves. As horas passam mais rápido e em tudo há um clima de romance.
E nesse ressignificar da vida, no devir dos desejos e sonhos, vamos percebendo que o amor é o que nos torna melhores, o que nos faz demonstrar o que há de mais lindo em nós.
O amor não pode ser descrito, manifesta-se das mais variadas formas. Até porque, tudo que tem receita aprisiona.

Cláudia Nagau

Publicado por claudianagau

Filha, mãe, professora, psicanalista. Apaixonada pela vida, pelos amanheceres, pela lua, por livros, café, charuto e cachimbo. De riso fácil e amiga sincera. Direta até demais. Amante das histórias de mulheres e sobre mulheres e tudo que fale da mulher selvagem, da ancestralidade, do inconsciente coletivo.

5 comentários em “Um café (e um rapé), por favor!

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