Eu dirigiria por toda uma noite, cruzaria cidades e estados, para ir sempre em frente. A máquina, o zumbido do motor, a estrada escura cortada pelas luzes cegantes de outros faróis. Eu, a estrada, o carro, a noite negra.
Um brilho incandescente pálido, a recordação de que há vida nas caixas de concreto estanque, que se acordam e se deixam adormecer.
Enquanto um corpo vivo se deixa induzir pelas imagens provocativas da tela a sua frente, outro adentra voraz a cozinha, aplacando a fome de aventura com o alimento que nunca sacia.
Um gato salta do muro para o chão com um miado agudo. O uivo do cão solitário no quintal. Que vida triste a de cão.
A estrada me faz pensar porque estamos nessa, para onde vamos. Minha máquina possuída pela minha emoção, pulsando ritmada, tum-tum, tum-tum. Para onde estamos indo?
Para qualquer lugar. Para outro, para o distante, para a vida nova que começa na média, na beira da estrada, na poeira do nascente, na cidade cálida do interior que me recebe de braços abertos.
Eu sou apenas uma viajante, errante, que dirigiria toda uma noite, que cruzaria cidades, que iria em frente.
Em busca da pergunta que jamais saberei a resposta, em busca da vida que se ilumina no caminho.
Oi, Elaine querida, gostei muito do teu texto. Sempre gosto de ler teus textos. Imagino que em alguns momentos da vida temos alguma resposta. Gostei do teu relato sobre a tua busca. Parabéns,! Beijo
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Jovina, teu olhar me inspira a enxergar tantos outros significados no que escrevo. É uma benção ter vc ao meu lado como escritora e parceira de coletivo. Beijo
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