Por: Daniela Echeverri Fierro
Existiu uma bailarina que durante a pandemia dançou em seu quarto sem parar. No início passava os dias revendo cada um dos passos em frente ao espelho, em busca da perfeição passava dia e noite repetindo a mesma coreografia, estudando cada detalhe de seu corpo, vendo seu corpo se transformar com a prática sem fim.
Ela parou de beber, parou de comer e parou de dormir, entrou em transe, em um looping eterno e colorido. Depois de alguns dias, começou a praticar de olhos fechados, como já conhecia perfeitamente cada detalhe de seu quarto e de seu corpo, não precisava mais ter os olhos abertos.
A partir daquele momento ela apenas sentia as cores e a música entrando pelos poros da pele de seus pés, que se conduziam pela corrente sanguínea percorrendo suas pernas, sua vagina, seus quadris, sua coluna, seu pescoço até chegar ao seu cérebro. De lá, irradiava-se para todo o universo, que nada mais era do que seu quarto.
Não sentia mais sede, fome ou cansaço, não sentia mais seu corpo, simplesmente dançava, com a ilusão de que quando seu corpo parasse a pandemia teria acabado e poderia voltar a se apresentar no teatro, queria experimentar de novo aquele frio na barriga, que sentia quando estava no palco e a cortina começava a subir ao mesmo tempo que as luzes se acendiam para iniciar o show.
Dani… tô me derretendo com a sua bailarina… 💖💖💖
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Lindo
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Obrigada pelo apoio sempre amiga!
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Maravilhoso!!!! Parabéns Dani! 💜
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Republicou isso em REBLOGADOR.
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Obrigada por compartilhar!
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Obrigada Isa! 😘😘😘
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Amei o texto! Vi a bailarina em seu quarto, com sua dança perfeita e triste. Narrativa precisa e cheia de significados. Parabéns!
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Lindo texto Dani! Encanta e envolve o leitor. Parabéns 👏
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