Por: Sônia Souza
Gente que vive de sinais Eu sou assim Uma esperança voando na sala Um sonho mal sonhado Uma borboleta bruxa a espreita Desde pequena procuro sinais em tudo que vejo Foi assim que passei a vida paralela interpretando tudo o que acontecia com um script que brincava comigo aqui e ali tal como pique pega. Como Sherlock Vi nas estranhas intrigas, secretas conspirações Vi nos pequenos casos clássicos o verdadeiro amor Vi no desassossego Os desacertos do que haveria de ser Muita alegria, sinal de tristeza De tanto ouvir eu já nem ria tanto Decerto a tristeza não chegaria de surpresa Por que a mágica Era o escudo que protegia A colher caída do nada Antecipava a visita da mulher O sal perdido no raso Era a briga que vinha ao acaso E o arrepio de fora de hora Nossa... Indicava companhia que já nem estava viva Isso tudo que aconteceu Eu falo para vocês Eu vi ali Na minha frente Pedido aos céus E logo depois o presente E assim fui tecendo uma história Muito minha com enredo próprio e final adaptado Para o bom entendedor Um sinal Já basta
Crédito da imagem: Foto por Wesley Carvalho em Pexels.com
“Os textos representam a visão dos respectivos autores e não expressam a opinião do Sabático Literário.”
Adorei! Vivemos assim mesmo, sempre em busca de sinais. E a foto está perfeita.
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Os sinais são proteção e intuição. É uma comunicação com o Divino pra lembrar que não estamos sozinhos e se soubermos ler e acreditar na mensagem a magia chamada fé acontece. Lindo texto.
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Como me lembrei da minha infância com esse poema, Sônia! Cresci ouvindo essas histórias e, de tão corriqueiras, eram verdade absoluta. Fui me desprendendo delas à medida que crescia, e abandonei um vocabulário de tradições cuja perda não tem preço. Seu resgate me deixou emocionada. Parabéns!
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Isso, fiquemos atentas aos sinais. Não deixemos que a correria do dia a dia nos tire o dom de acreditar que essencial é muitas vezes invisíveis ao olhos da visão.
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